A garantia da sobrevivência, para qualquer animal, passa não só pela ingestão de água, como também pela ingestão de alimento.
Alimentar, digerir, metabolizar e eliminar são, portanto, as funções básicas da vida, todas elas inerentes ao sistema digestivo.
O estômago é um dos órgãos desse sistema, que corresponde a uma dilatação do tubo digestivo, situada entre o esófago e o duodeno.
Tem maioritariamente, origem endodérmica, ou seja, deriva de uma capa embriológica bem arcaica e vital, com o seu foco situado no tronco cerebral. A mucosa gástrica, a curvatura menor do estômago e o piloro tem origem ectodérmica, ou seja, derivam da capa embriológica mais recente, aquela que nos permitiu desenvolver os órgãos de relações, com focos localizados no córtex peri-insular territorial.
A importância da origem embriológica, surge no momento de entender o comportamento celular de cada tecido do estômago, que é diferente consoante se encontre em fase ativa ou fase de reparação da doença.
Se sabemos que existe uma fome real e uma fome emocional então, poderemos falar em alimento real e alimento emocional?
A resposte é afirmativa! O cérebro não distingue alimento real ou alimento simbólico, alimento indigerível ou emoção indigerível.
Digerir, numa linguagem biológica é sinónimo de aceitar, tolerar, permitir, desfrutar, admitir, processar.
Sempre que nos expomos a “situações indigeríveis” ativamos a fisiologia gástrica. Engolir um enorme pedaço de carne dura, ou ter que “engolir” o chefe a acusar-te injustamente por seres improdutivo, é basicamente igual para o teu estômago. A resposta é aumentar a produção de suco gástrico e enzimas para que possa desfazer, mais facilmente “o pedaço”.
A curvatura menor do estômago, piloro e a mucosa gástrica, de origem ectodérmica, reagem a vivências contínuas de contrariedade, injustiça, intolerâncias relacionais que, na fase ativa do conflito podem manifestar úlcera, dor, acidez, diminuição da função e inapetência.
Numa fase de reparação, os sintomas são diferentes, há mais produção de células para reparar o tecido ulcerado, aumenta o apetite, ainda que haja uma saciedade rápida com sensação de enfartamento.
Saber em que fase se situa o sintoma, permite estar mais consciente e tranquilizar perante qualquer diagnóstico médico.
Se soubermos que estamos numa fase ativa de um conflito indigesto, podemos perguntar-nos “O que estamos a viver em contrariedade, injustiça e que não admitimos?”.
Fazer-nos conscientes disso, permite trabalhar nas soluções e travar o progresso da doença.
Por outro lado, se entrarmos numa fase de reparação de um conflito de contrariedade indigesta, podemos questionar-nos: ” O que vivi em contrariedade, que não pude digerir, mas que já resolvi?”.
Neste caso já houve solução e o corpo apenas necessita de condições para se reparar.
A forma acelerada e intolerante como vivemos o dia a dia, a sensação de luta constante contra algo, alguém ou até contra nós mesmos, gera conflitos do tipo “não poder digerir nem aceitar”.
O nosso cérebro interpreta “engoli um pedaço demasiado grande e agora tenho que o digerir!”. As ordens inconscientes colocam em marcha um processo celular com um sentido biológico de poder digerir algo que não se consegue.
Este, é o sentido biológico do adenocarcinoma do estômago, que é um aumento proliferativo de tecido, com o objetivo de aumentar o número de células e consequentemente, aumentar a função gástrica, para digerir o “pedaço” real ou simbólico.
O corpo sempre dá a mesma solução biológica, para aquilo que necessitamos resolver de forma simbólica.
Se o conflito for vivido com muita raiva ou rancor, pode causar sintomas no duodeno, uma vez que o alimento chegando até aqui, já não poderá ser expulso pelo vómito mas sim, terá que passar todas as etapas até ser eliminado pelo intestino grosso.
Este processo, mais moroso, é vivido com ressentimento, inconformidade e aversão.
Os sintomas gástricos mais frequentes são: gastrite, úlcera péptica, úlcera gástrica, azia, refluxo, cancro de estomago e pólipos.
A Descodificação Biológica permite-nos entender melhor a relação entre stress e o estômago.
Analisando o modo de vida atual, a competição insalubre, a necessidade de alcançar tudo, os imensos papéis assumidos, o cumprimento obrigatório, o perfecionismo auto exigido, a intolerância perante nós e os outros, facilmente entendemos o quão desafiado fica, o nosso estômago!
A intensidade do sintoma gástrico é proporcional ao tamanho “do pedaço” não digerido e depende também do tempo que dura esse processo e da sua recorrência.
O conhecimento sobre o funcionamento do nosso corpo, torna-nos mais autónomos, mais responsáveis e mais interventivos no processo de recuperação da saúde.
Este é um dos mais importantes papéis da Descodificação Biológica: informar para permitir que as pessoas restituam a sua saúde física e emocional na totalidade!
Confiemos na biologia!
Confiemos no nosso corpo!
Confiemos em nós!
Sónia Cerqueira