Como podemos entender que uma dor nos sirva para alertar sobre algo que se passa connosco?
Como podemos aceitar que, na fase mais tranquila da vida, me surja “esta” doença?
Pela (i)lógica do merecimento não compreendemos a razão.
Mas, será que o corpo cuida ou castiga? Quais as crenças que construímos acerca disto?
“Certo dia, na cozinha, cortei-me com uma faca. Golpe feio, bem fundo, no dia de aniversário do meu filho! Sabia que necessitava ser suturada. Recusei a ideia. Afinal, tinha ainda tanto por fazer!! Compressão, frio, elevação. E voilá!”
O meu organismo acionou os mecanismos necessários para estancar a hemorragia. Fez a sua parte biológica!! Eu sei que teria que fazer a minha para que o corpo atuasse.
Afinal, o corpo sempre procura soluções eficazes para os problemas que tem.
Porque reagiria contra nós, na melhor fase da nossa vida?
Muitas vezes, a falta de lógica do aparecimento do sintoma conduz a uma luta inglória contra o corpo!
Como entendo que um enfarte, um cancro, um AVC, uma gastrite, uma tendinite, surja assim de repente, sem pedir permissão?
Porque essa já é a fase de reparação do corpo! Tal como quando o sangue se estanca, depois de um corte profundo.
O “corte” ou a “ferida” representa uma vivência anterior. Um conflito por perda de um ente querido, de um emprego que não se consegue, as frustrações afetivas mantidas no tempo, o medo do desconhecido que paralisa, a contrariedade indigesta que calamos, a falta de reconhecimento sentida, o lugar que já não temos…
Essa ferida abre-se no momento do conflito. Não dói para permitir que o corpo siga o seu processo até à solução!
Surge então, a necessidade de reparar os danos das “feridas”. Reforçar células, aumentar função, reduzir massas ou quebrar atividade, tudo depende do tipo de conflito e do tecido “ferido”.
A minha formação científica permitiu-me obter muitas respostas em relação ao funcionamento do nosso corpo. Mas, muitas mais questões surgiram no decorrer dessa aprendizagem.
O questionamento sobre o que nos diz respeito urge: sobre o nosso corpo!
Delegar cegamente o destino do nosso corpo na sapiência inquestionável, ainda parca, da ciência praticada, parece-me redutor.
Sei do que falo!
Lanço o desafio a todos para adotarem a interrogação como única certeza!
As leis biológicas, que são a base da Descodificação Biológica, explicam o verdadeiro “Para quê” das doenças, dos sintomas, dos nossos comportamentos.
O corpo sempre se alia para nos permitir sobreviver, adaptar e (r)evolucionar.
Estou imensamente grata por ter descoberto este caminho de entendimento, que me permite conhecer a realidade dos meus pacientes, a sua história, a sua lógica biológica. Possibilita também, conhecer-me a mim mesma. As minhas crenças, as minhas amarras, padrões, enredos…
Que a sede de conhecimento nos una neste caminho de evolução!
Sónia Cerqueira